sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um dia vou contar-vos a história do homem-bala que casou com Jenny e Marylin, as gémeas parasitas.
Consolação
Quando as flores morreram, morreu toda a sua esperança de ser feliz para sempre. O homem que lhe oferecera as flores, fizera-lhe inúmeras promessas que agora quebrava.
Com o coração a mil, os olhos inchados, a cabeça a arder e o rosto molhado, era difícil descansar, mesmo por uns minutos. Sentia-se traída. Passou a noite em claro, à espera de uma resposta, de um consolo, que nunca chegou. Passou-se uma semana sem que não saísse da cama e não parasse de chorar. Morreu de desgosto ao fim de sete intermináveis e penosos dias. Deteriorada pela fome, pela falta de movimentos, pela solidão. Partiu sem o calor que lhe haviam prometido ser eterno. Partiu deixando a sua própria dor cravada no peito daquele que provocara o seu terrível fim. Cravou tão fundo que também ele acabou por morrer. Foi a segunda vítima de um arrependimento que chegou tarde demais. Mas ela podia agora, finalmente, dormir.