Forrei as paredes do teu quarto com imagens que recortei de revistas e jornais presos na minha alma
Gostei sempre de contar as vidas dos outros. Ouvi, com prazer, tudo o que tinham para contar, sem nunca parar para pensar na minha própria história e em como seria bom poder contá-la a alguém. Nunca fiz questão de ser ouvida, também porque para mim foi sempre muito mais fácil dizer o que sentia, quando era necessário dizê-lo, escrevendo.
Gostava de me sentar no teu quarto e passar horas a escrever para ti, sem nunca te dar a conhecer uma única palavra. Não fico mais triste por isso. Quando me deito ao teu lado e me beijas, como se nunca o tivesses feito, sei que descobres a minha alma e vasculhas todas as suas gavetas e assim me vais amando e assim eu vou contando a minha história, aos teus lábios cor-de-rosa.